Será que é “manha” ...

Sou um cara meio bronco para certas coisas e , uma das coisas que não tolero é criança manhosa... Daquelas cheias de vontades, de manias. Minha filha já está alguns dias em casa e , no meu modo de pensar, algumas coisas já são as chamadas manhas. Pois bem, antes de tomar qualquer iniciativa a respeito, resolvi observar para então depois chegar a uma conclusão. Sabe aquela história de que quando você está nervoso você deve contar até 10 primeiro? Pois é, aprendi a fazer isso... Demorou , mais aprendi!!!! O fato é que todas as vezes que pensei que minha filha estava com uma certa manha, quebrei a cara pois aqueles choramingos e reclamações mais tarde eram respondidos com a satisfação de alguma necessidade dela.
Uma coisa que me deixou muito nervoso é o fato de uma criança ficar reclamando, cheia de sono e não dormir. Como já falei, fiquei observando e passado algumas horas ela ficou aliviada após fazer seu cocozinho e dormiu tranquilamente. Pensei o que adiantaria eu dar-lhe uma bronca? O que iria acontecer? Com certeza não atenderia a minha necessidade que era de dormir, a criança não entenderia nada do que está acontecendo pois não tem este discernimento... Conseqüentemente ambos iriam ficar extremamente irritados e nervosos. Observando este e outros momentos, aprendi que temos que esperar um pouco (tratando-se de criança que ainda não fala) para ver qual a necessidade da criança e depois então tirar uma conclusão. Controle emocional é algo que precisa ser trabalhado em mim.

Licença Paternidade...

A cada dia coisas novas iam aparecendo. Lembro-me que nos dias que fiquei em casa graças à licença paternidade, 5 dias segundo a legislação brasileira, muito pude aprender sobre como cuidar de um recém nascido. Aliás, todos os pais deveriam realmente ajudar, afinal, pra isso é que serve a licença paternidade. O fato de ajudar estreita os laços entre você e seu filho bem como entre você e sua esposa. Durante estes dias experimentei tudo o que me foi permitido, trocar fraldas, dar banho, fazer carinho, fazer dormir, escutar o choro e saber interpretar o que a criança quer com aquele choro e olhar, olhar fixamente nos olhos da minha filha e poder dizer a ela o quanto eu a amava desde que soube que seria pai. Creio que consegui aproveitar cada minuto que a lei me permitiu para estar ao lado de minha esposa e, principalmente de minha filha, pude sentir as dificuldades e , ao mesmo tempo o prazer que uma mãe sente em estar cuidando de seu filho.... é muito gratificante.

Primeiros dias...

Estamos perdidos... aonde estão as enfermeiras para nos auxiliar quando tivermos dúvidas, como vamos fazer se Betina começar a chorar e não sabemos o que ela quer?
Milhões de dúvidas começam a aparecer em nossas cabeças, preocupações infinitas que nos deixaram de cabelo em pé.... mas o fato é que as coisas vão acontecendo e vamos nos adaptando a nova vida de pais. É interessante como sabemos fazer tantas coisas que não estávamos acostumados ou que nunca fizemos antes....
Vale lembrar aqui que o curso de Gestantes nos ajudou muito e que pudemos aplicar tudo que lá aprendemos naqueles dias de orientação e aprendizado.
Outra coisa interessante e que nos fez ativar a criatividade foi o fato de querer fazer, ou seja, conversamos muito a respeito de pedir a ajuda de outras pessoas, mãe, sogra, tio, tia, amigos, mas achamos por bem nos mesmos cuidar de nossa filha. E foi uma experiência incrível pois a cada dia descobríamos que tínhamos um jeito todo especial e um ajudava o outro. De certa forma isto ia, aos poucos, nos fazendo ver que agora somos uma família de verdade.