Bebê

Bebê
Bebê espantada

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Primeira noite...

Josiane ainda não sentia totalmente as pernas pois a anestesia ainda fazia algum efeito, também foi recomendado que ela não deveria se levantar nem pra ir ao banheiro, Betina dormia alguns minutos, mas sempre que acordava já procurava o peito para mamar, aquela noite foi trabalhosa, não me lembro de ter passado mais do que 10 minutos deitado, quem me dera dormindo...rs rs rs ... Betina sugava o seio, que liberava somente o que se chama de colostro ( muito importante este liquido para o Bebê pois, segundo os médicos, contem muitas propriedades importantes ao sistema imunológico da criança). Para mim, quanto mais ela sugasse, melhor pois , com certeza, o leite desceria o mais rápido possível... Dormimos? Não, apenas alguns cochilos durante toda a noite até que o dia amanheceu... Ah, ia me esquecendo, na madrugada serviram um lanche para a mamãe, e eu dei uma escapada numa conveniência e comprei um lanche.... Isto por que não li o manual informativo da maternidade que dizia ter cozinha aberta 24h e que eu poderia ter solicitado qualquer lanche ou refeição em qualquer horário sem precisar sair. ( Quando a cabeça não pensa, o corpo padece...).

De Volta a Maternidade...

Era quase meia noite quando cheguei a Maternidade, me identifiquei na recepção e logo me indicaram qual o apartamento estávamos hospedados. Subi com o elevador e encontrei o referido apartamento, lá estava uma enfermeira que me confirmou, “é aqui mesmo...” Neste instante perguntei pela Josi e me informaram que ainda estava na sala de recuperação mas que em poucos minutos chegaria ao quarto. Me restava ficar aguardando , liguei a TV, dei uma olhada geral no apartamento, arrumei minhas coisas e as malas no guarda roupas, me sentei na poltrona e fiquei assistindo TV. Estava bastante inquieto, revisava minha mente para saber se havia esquecido de avisar alguém... alguns minutos haviam passado e entrava no quarto minha esposa Josi acompanhada de nossa filhinha Betina... iniciava-se ali minha primeira noite mal dormida.... rs rs rs rs

Para casa para contar as boas novas....


Ainda muito emotivo falei com meu sogro com mais calma e fomos até minha casa para que eu pudesse pegar algumas coisas que faltaram, minhas roupas e tomar um banho. Por todo caminho, desde a maternidade até chegar em casa, não parava de pensar nos momentos que havia vivido, quanta emoção em poucas horas, pensava também na minha filhinha Betina e na minha esposa, nas minhas responsabilidades. A minha vida acabara de mudar da água para o vinho. Desde aquele instante até os dias atuais fico refletindo sobre a minha responsabilidade de pai e marido. Chegamos em casa e corri para o computador, baixei todas as fotos e vídeos que havia feito. Havia uma relação de pessoas que combinamos de avisar, então comecei a enviar e-mails. Eu parecia um adolescente que havia ganho um presente muito desejado. Andava de um lado para o outro sem saber o que faria primeiro enquanto as fotos eram enviadas pela internet....
Após algumas horas em casa, peguei o que faltava e me dirigi para a Maternidade onde passaria uns dois dias aguardando a recuperação de minha esposa Josi.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Recuperação....


Enquanto as enfermeiras davam o banho na Betina eu batia fotos, conversava com elas, observava os procedimentos, mas neste momento meus pensamentos estavam na minha esposa. Onde estaria ela, por que estava demorando (apesar de não ter se passado nem dez minutos e eles ainda tinham que fechar o corte e realizar todos os procedimentos), cheguei a perguntar para as enfermeiras por que demorava...- Calma Pai ela já vem...( é , agora eu era pai...rs rs rs)
A Betina é linda... ( todo pai acha seu filho , mesmo com cara de joelho, o mais lindo do mundo ) mas era mesmo.... colocaram ela numa cuba com temperatura ideal para bebês e ela peladinha foi sendo vestida.... estendi meu dedo a ela e ela com sua mãozinha minúscula o segurou e me olhou fixamente. Dizem que Bebê nesta idade não enxerga nada, mas o sentimento que tive naquele momento foi de gratidão a Deus e de comprometimento com minha filha de que eu iria cuidar dela pra sempre. Uma emoção atrás da outra. Minha esposa havia chegado na sala de recuperação. Deixei os meus olhos na Betina e me dirigi à sala para falar com minha esposa. Ela tremia de bater o queixo, disse que era reação da anestesia. Me falou, vai lá com ela.... voltei rápido para junto de Betina. A enfermeira colocou uma touquinha nela , oferecida pela maternidade e me entregou. Pegou a máquina da minha mão e bateu uma foto. Eu estava com minha filha nos braços. Neste momento meus olhos lacrimejaram. Levei Betina até minha esposas e em poucos minutos ela já estava sugando a mama... A enfermeira falou: - Está tranqüilo , ela vai mamar fácil. Que alívio, a economia seria grande, imaginem ter que compara leite a R$ 20,00 a lata .... seria um rombo no orçamento...rs rs rs . – Pai, vamos? Era a enfermeira dizendo que eu teria que sair pois elas precisavam descançar..
Acompanhei a moça até o corredor, retirei a roupa e desci. A vontade que se tem neste momento é de sair gritando ao mundo inteiro: Minha filha nasceu e ela é linda!!!.... Ao chegar no estacionamento encontrei meu sogro que me perguntou e daí? Como foi? Neste momento desabei e chorei muito, sem sequer dizer uma palavra... a única coisa que consegui falar foi: - Está tudo bem e ela é linda.....

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A Cesariana....


Chegou a hora, disse a enfermeira, neste momento me separei de minha esposas, ela foi encaminhada para a sala de cirurgia e eu para uma outra para que pudesse colocar roupas esterilizadas para, depois então, entrar no centro cirúrgico. Adrenalina a mil, quase não conseguia vestir as roupas. Penso que neste momento o pessoal do Hospital deveria estar rindo de mim, achando graça de um pai de primeira viagem, coisa corriqueira para eles... Devidamente vestido dos pés à cabeça me colocaram numa outra sala sentado em uma cadeira e me pediram para aguardar... Confesso que neste momento iniciou-se uma longa espera, que não deve ter passado de 15 minutos, mas que pareceram 15 horas. Pessoas circulavam pela sala, mexiam em computadores, passavam pelo corredor, umas apressadas, outras lentamente...umas nervosas e falando alto, outras brincando....normal, é o ambiente de trabalho deles, mas para nós que temos alguém deitado numa maca aguardando uma cirurgia, aquilo parece o fim do mundo, a maior falta de consideração por quem está com os nervos à flor da pele.... Óbvio que tudo corria bem, no entanto, devido a longa espera eu já deixava transparecer o meu nervosismo.... Uma médica que trabalhava em um computador na sala me perguntou: - é menino ou menina? No que eu respondi coma voz meio trêmula... menina... ela disse: Já pensou se vem com este olhão azul? - Não consegui ser simpático naquele momento, mas entendi que ela queria me tranqüilizar. Mas onde estaria minha esposa. Ela me contou posteriormente que durante este tempo em que eu aguardava, ela pedia a equipe médica que não começasse nada sem que eu estivesse lá e ela repetiu isso muitas vezes... Me senti um cara importante depois que ela me falou isso....
Bem, alguém, não consigo lembrar quem, me chamou ...- Vamos lá.... Levantei rapidamente e segui os passos daquela moça , não me lembro quanto tempo andamos, mas entramos numa sala que mais parecia um frigorífico ( risos ) lembrei do filme “Jogos Mortais”.... lá estava minha esposa deitada e toda a equipe médica preparada com tudo que se pode imaginar de aparelhos necessários a um procedimento destes. Minha esposa sorriu pra mim como que se tranqüilizando com a minha presença... Ao lado dela o Médico anestesista ... sentei numa banqueta ao lado de minha esposa e iniciei minha sessão de fotos e filmagens. As pessoas deviam estar rindo.... de repente falei...acabou a pilha... o Médico riu e falou: - Por que será que isso sempre acontece... todos riram.... mas eu tinha reservas. Filmei e fotografei o que consegui, não queria perder nada... ao mesmo tempo podia ouvir o primeiro choro de Betina. Que momento mágico, como eu queria abraçar minha esposa e cair em choro naquele momento, mas eu precisava ser forte ( não sei por que, mas precisava ) e não chorei, fiquei com cara de assustado , observando tudo o que acontecia.... vi a Betina passar nas mãos de uma médica que a colocou numa cuba para aspirar e fazer os primeiros exames, tirei os olhos de minha esposa e grudei os olhos na minha filha, cada movimento, cada lance eu observava ( meu medo de que trocassem meu Bebê era grande, mesmo sabendo que isto não aconteceria ). De repente uma enfermeira pediu que eu a acompanhasse e , neste momento, olhei para minha esposa e quase chorei por medo de deixá-la sozinha... Mas era preciso e ela me disse: - Vai com a Betina que está tudo bem comigo.... Foi a primeira vez que me vi dividido sem saber para quem daria prioridade. Como ela me pediu, fui com a Betina para uma outra sala onde seria feita a higienização, peso e medidas de minha filha...

A caminho do Centro Cirúrgico....

Enquanto esperávamos na recepção do hospital/maternidade podíamos observar cada pessoa ali presente, umas alegres por estar trazendo mais uma vida ao mundo, outras tristes por estarem doentes. A vida nos faz passar por estas situações e, com certeza, com cada uma delas podemos aprender e ir nos lapidando, só assim crescemos enquanto pessoas. Durante nossas observações ouvimos o nome de minha esposa ser chamado. Imediatamente levantamos e nos dirigimos à porta onde acompanhamos a enfermeira até o elevador. Estava claro no semblante de minha esposa e creio que também no meu o nervosismo devido ao que estaria por acontecer. Fomos levados até a sala onde aconteceria a preparação para o parto (cesariana). Chegando lá minha esposa foi previamente examinada pelas enfermeiras e verificado se realmente era a hora do Bebê nascer. Neste meio tempo ligaram para o médico que nos acompanhou durante todo o pré Natal para avisá-lo e o mesmo respondeu que não poderia vir pois tinha um casamento naquela sexta feira.... Pasmem, fomos acompanhados por um médico que , teoricamente seria de nossa confiança, e na hora H, no dia D, o mesmo diz que não pode vir e quem assumiria era o médico do plantão. O mundo caiu sobre nossa cabeça naquele momento. Nosso nervosismo aumentava pois mal conhecíamos o médico de plantão ou tínhamos qualquer informação a respeito dele. Naquela hora eu quis “chutar o balde” mas Deus deve ter me orientado e mantive a calma.... Foi quando uma enfermeira nos acalmou e disse que não nos preocupássemos pois o médico que nos atenderia era muito conceituado e acostumado a fazer cesarianas.... Bem, só nos restava acreditar e aguardar. Só tinha uma certeza naquele momento: Deus jamais nos abandona... O médico então apareceu para examinar minha esposa, falou que estava tudo bem e que em seguida já seriamos encaminhados a sala de cirurgia. Neste momento desci até a recepção do Hospital para dar encaminhamento a papelada de internação, assinaturas e demais burocracias necessárias... Bem, apesar de estar fazendo outra atividade, meus pensamentos não desligaram do centro cirurgico, como estaria minha esposa, o que estariam fazendo com ela.... tratei de fazer o que tinha que ser feito o mais rápido possível, dei uma palavrinha com meu sogro que aguardava ancioso na Portaria, peguei as roupinhas que seriam colocadas na Betina e subi para a sala de preparo. Chegando lá encontrei minha esposa conversando com uma enfermeira e aguardando ser encaminhada à sala de cirurgia....