A caminho da Maternidade...

Ainda em casa , um pouco nervoso, arrumando alguns detalhes nas malas de minha esposa e do bebê, algo me deixava muito preocupado: Como iria tirar fotos e filmar ao mesmo tempo (rs)? Desde que me inscrevi no Hospital dizendo que acompanharia o parto / Cesariana, este assunto não saia da minha cabeça. Preparei a máquina fotográfica, havia comprado pilhas novas, tudo certo, porém também me incomodava o fato de que as pilhas pudessem acabar durante o tempo em que a cirurgia aconteceria...
Bem, banho tomado, malas prontas, máquina fotográfica a tira-colo, entramos no carro e lá fomos nós em direção a maternidade. Pai de primeira viagem tem umas preocupações excessivas, mas mais tarde falarei sobre as preocupações excessivas de mãe de primeira viagem, sendo assim, estávamos de olho no relógio pois já se iam meia hora desde o rompimento da bolsa. O transito , como sempre, estava uma loucura.... Acreditem, sempre tem mais carro do que gente na rua... mas nada tão insuportável assim, 18 horas chegamos ao Hospital.....Ao anunciar na recepção que a bolsa havia rompido, solicitaram que aguardássemos na recepção que logo seríamos atendidos. Neste meio tempo minha esposa, já bastante nervosa, me indagava: Será que o Médico vem? Eu, com minha aparente calma (eu tinha que manter a calma) respondi, não se preocupe, vai dar tudo certo..., porém o meu nervosismo estava a flor da pele, naquele momento eu tinha que pensar em várias coisas ao mesmo tempo, acalmar minha esposa, um plano B para o momento que a máquina fotográfica pifasse, como fotografar e filmar ao mesmo tempo, entender que o pessoal da maternidade não estava somente nos atendendo, ou seja, é necessário também ter muita paciência com eles...Enquanto isso o tempo passava...

O Dia D...

Era uma sexta feira e , como todo final de semana , já havíamos agendado alguns compromissos com amigos. Lá pelas 15:00h resolvi que terminaria ali o meu dia de trabalho. Liguei para meu superior imediato e avisei que, como tinha algumas horas a mais no banco de horas, iria para casa compensar... Após a autorização, pedi aos meus amigos, que estavam comigo atendendo um cliente, que me deixassem em casa.
Pois bem, ao entrar em casa percebi que minha esposa estava descansando, um sono profundo. Resolvi não incomodá-la e fui para a sala, deitei no sofá e ali adormeci. Passado algum tempo fui acordado por ela que reclamava estar sentindo uma umidade descendo por entre as pernas. Perguntei a mim mesmo: - Será que está na hora? Muito calmamente ( agi assim para não transmitir nervosismo para ela) pedi a ela que ligasse para o médico para que pedisse informações a respeito da tal umidade. Tentou várias vezes, mas ninguém atendia. Foi então que ao sentar ao meu lado no sofá pude ver o tamanho da “umidade”.... na verdade estava tudo molhado... Não tive duvidas de que a bolsa havia rompido. Chegou a hora!!!!
Falei então a ela que fosse tomar um banho que eu iria colocar as malas no carro para irmos ao Hospital pois nossa filhinha decidiu vir antes da hora!!!!!

Aproxima-se o Dia....

Numa das ultimas consultas, já quase nos nove meses, o médico inicia as ultimas orientações sobre os preparativos para o dia do parto (no caso de minha esposa foi cesariana), quais as providencias a serem tomadas etc... Neste momento inicia-se uma preocupação natural, neste caso, com a cirurgia. Foi então que resolvemos ir ao Hospital e conhecer a maternidade, sala de preparação para o parto, centro cirúrgico e o apartamento aonde ficariam, eu , minha esposa e o Bebê, até que o médico desse a alta médica para a mamãe e o Bebê. O Atendimento do Hospital/Maternidade foi excelente, tudo nos foi mostrado em detalhes e , desta forma, tanto eu como minha esposa nos sentimos seguros quanto ao local aonde o Bebê nasceria.
Por falar em minha esposa, a esta altura, tudo já a incomodava, o seu peso, o calor, sentar, levantar, deitar etc... Ela chegou ao ponto , e acho que toda mulher deve passar por isso também, de não suportar mais tanto desconforto. Neste período, avaliando toda a situação e consultando minhas previsões instintivas, cheguei a pensar que minha filha viria ao mundo antes do dia combinado para a cesariana....

A Espera...

Uma vez os preparativos já bem adiantados, gostaria de compartilhar com vocês sobre algumas atitudes que tomei enquanto “pré-pai”, se é que posso dizer assim, ou seja, o cara que está prestes a ser pai... Acho de suma importância que o Marido ofereça à esposa todo o apoio necessário neste momento, senão vejamos..... Nesta época, já adiantado o estado de gravidez, a mulher vai sofrendo várias mudanças, não só físicas, mas também psicológicas e, é importante que o homem haja realmente como um homem sábio e não como um ignorante... é necessário elogiar sua esposa, compartilhar com ela sobre os planos para o futuro bebê, ouvi-la muitas vezes pois ela reclama, sente dores, fica carente, chora.... A paciência , nestas horas, é uma virtude e deve estar aliada principalmente ao marido. Falo sobre isto apesar de não ter um feed back se fui assim todo o tempo, afinal somos de carne o osso e erramos muitas vezes, no entanto eu tentei... O Acompanhamento em todas as consultas, a participação no curso de gestantes me fez amadurecer bastante a respeito do que é ser pai. No início eu pensava que a responsabilidade , por exemplo, de acordar a noite para trocar fraldas e amamentar seria somente de minha esposa, mas durante este tempo vi que o apoio que damos nestes momentos faz parte do processo de conhecimento do novo bebê, bem como do início do relacionamento pai e filho(a) aonde o Bebê, no meu ponto de vista, começa a sentir a presença de seu pai e o amor dele.....Sendo assim, vejo que não pode-se aceitar , nos dias de hoje, um pai machista, que acha que tudo é a mulher que tem que fazer, que cuidar, que programar, e que o homem só manda, só pede e dá o dinheiro..... Para estes indivíduos não há mais espaço. Se alguém pensa desta forma ainda, estará perdendo muito no relacionamento com sua esposa e seu futuro filho(a)....

Preparando o Ambiente...

Após sabermos o sexo do Bebê, iniciamos nossa jornada para montar o quartinho dela.

Confesso que sempre fui muito avesso a estas “frescuras” de quartinho de bebê... Sempre achei um investimento muito alto para pouco tempo de uso (dois a 3 anos). Pois bem, não queria ser tão radical e colocar somente as minhas opiniões, no entanto consegui conversar com minha esposa para que pudéssemos unir o útil ao agradável, ou seja, optamos por adquirir um quarto que pudesse servir para nossa filha até a sua adolescência e/ou juventude...Além disso fizemos todas as reformas necessárias, porém sem muitos gastos, em nosso apartamento para que após o nascimento não tivéssemos que modificar mais nada. Foi uma experiência muito bacana e diferente pois preparávamos nosso espaço para a chegada de mais um membro da família que agora se formava. Bem, para o quarto adquirimos um guarda roupas e uma cômoda na cor branca, colocamos capa numa poltrona , colocamos alguns nixos na parede e adquirimos um berço usado mas funcional que, pelo custo benefício, atendeu nossas necessidades.

Não acho que precise ser tudo novo, afinal , pelo curto espaço de tempo que as pessoas utilizam um berço, ele ainda estava novinho....

Pré Natal

Enquanto a gestação acontecia, íamos planejando como seria o nascimento, o quarto, as roupas de nosso(a) futuro(a) herdeiro(a). Claro, até o presente momento, no caminhar da carruagem, nada sabíamos a respeito do sexo do futuro Bebê.

Chegada a hora da primeira consulta com o médico responsável pelo pré-natal que, eu em particular, fazia questão de que fosse bem acompanhado.

Muitos nos informavam a respeito desta primeira consulta, que ouviríamos o coração, que não conseguiríamos ver quase nada mas que a emoção seria muito grande.... e foi uma grande verdade... ao acompanhar minha esposa nesta consulta e em todas outras que estariam por vir, em cada uma delas tivemos uma emoção diferente.... nesta primeira, em particular, o fato de ouvir os batimentos cardíacos do bebê que estava em formação, de certa forma, nos garantiu que estava a caminho o nosso tão esperado filho(a).

À medida que o tempo passava, contávamos os dias para retornar ao consultório e saber notícias do Bebê. Lá pela 4 vez que retornamos ao médico conseguimos saber o sexo.

Creio que neste dia tive uma das maiores emoções das muitas que tive durante a gestação pois seria pai de uma linda menina. Sempre via filmes em que pais tinham meninas como filha e sempre achei muito lindo a forma carinhosa de como estas meninas se relacionavam com seus pais.... Ah, mas era filme, sim, mas de certa forma isto mexia comigo...A partir daí começamos a preparar o ambiente (quarto, roupas) e nossas mentes para receber esta que seria a nossa filha. Quando falo em preparo da mente , falo em adquirir conhecimentos sobre como cuidar de uma bebe tão pequenina, como educá-la.... Isto foi possível graças à idéia de participar de um curso de Gestantes oferecido por um Hospital conhecido de nossa região onde minha esposa havia feito a nossa inscrição.