Bebê

Bebê
Bebê espantada

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A Cesariana....


Chegou a hora, disse a enfermeira, neste momento me separei de minha esposas, ela foi encaminhada para a sala de cirurgia e eu para uma outra para que pudesse colocar roupas esterilizadas para, depois então, entrar no centro cirúrgico. Adrenalina a mil, quase não conseguia vestir as roupas. Penso que neste momento o pessoal do Hospital deveria estar rindo de mim, achando graça de um pai de primeira viagem, coisa corriqueira para eles... Devidamente vestido dos pés à cabeça me colocaram numa outra sala sentado em uma cadeira e me pediram para aguardar... Confesso que neste momento iniciou-se uma longa espera, que não deve ter passado de 15 minutos, mas que pareceram 15 horas. Pessoas circulavam pela sala, mexiam em computadores, passavam pelo corredor, umas apressadas, outras lentamente...umas nervosas e falando alto, outras brincando....normal, é o ambiente de trabalho deles, mas para nós que temos alguém deitado numa maca aguardando uma cirurgia, aquilo parece o fim do mundo, a maior falta de consideração por quem está com os nervos à flor da pele.... Óbvio que tudo corria bem, no entanto, devido a longa espera eu já deixava transparecer o meu nervosismo.... Uma médica que trabalhava em um computador na sala me perguntou: - é menino ou menina? No que eu respondi coma voz meio trêmula... menina... ela disse: Já pensou se vem com este olhão azul? - Não consegui ser simpático naquele momento, mas entendi que ela queria me tranqüilizar. Mas onde estaria minha esposa. Ela me contou posteriormente que durante este tempo em que eu aguardava, ela pedia a equipe médica que não começasse nada sem que eu estivesse lá e ela repetiu isso muitas vezes... Me senti um cara importante depois que ela me falou isso....
Bem, alguém, não consigo lembrar quem, me chamou ...- Vamos lá.... Levantei rapidamente e segui os passos daquela moça , não me lembro quanto tempo andamos, mas entramos numa sala que mais parecia um frigorífico ( risos ) lembrei do filme “Jogos Mortais”.... lá estava minha esposa deitada e toda a equipe médica preparada com tudo que se pode imaginar de aparelhos necessários a um procedimento destes. Minha esposa sorriu pra mim como que se tranqüilizando com a minha presença... Ao lado dela o Médico anestesista ... sentei numa banqueta ao lado de minha esposa e iniciei minha sessão de fotos e filmagens. As pessoas deviam estar rindo.... de repente falei...acabou a pilha... o Médico riu e falou: - Por que será que isso sempre acontece... todos riram.... mas eu tinha reservas. Filmei e fotografei o que consegui, não queria perder nada... ao mesmo tempo podia ouvir o primeiro choro de Betina. Que momento mágico, como eu queria abraçar minha esposa e cair em choro naquele momento, mas eu precisava ser forte ( não sei por que, mas precisava ) e não chorei, fiquei com cara de assustado , observando tudo o que acontecia.... vi a Betina passar nas mãos de uma médica que a colocou numa cuba para aspirar e fazer os primeiros exames, tirei os olhos de minha esposa e grudei os olhos na minha filha, cada movimento, cada lance eu observava ( meu medo de que trocassem meu Bebê era grande, mesmo sabendo que isto não aconteceria ). De repente uma enfermeira pediu que eu a acompanhasse e , neste momento, olhei para minha esposa e quase chorei por medo de deixá-la sozinha... Mas era preciso e ela me disse: - Vai com a Betina que está tudo bem comigo.... Foi a primeira vez que me vi dividido sem saber para quem daria prioridade. Como ela me pediu, fui com a Betina para uma outra sala onde seria feita a higienização, peso e medidas de minha filha...

Um comentário:

  1. Sabe que nunca conversamos sobre isso? Agora que estou sabendo o que aconteceu contigo antes de entrar na sala de cirurgia...e tanto que eu me perguntei por que vc estava demorando tanto para trocar de roupa e entrar na sala....hehehe

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